– Patologias –

Informações sobre as patologias que a Oftalmologia abrange.

Ceratocone

O ceratocone é uma doença da córnea com aumento progressivo e irreversível de sua curvatura. A córnea (parte transparente e mais anterior do olho), torna-se “pontuda” e “fina”. Na evolução natural, a córnea vai perdendo sua forma original (levemente curva) e adquire um formato atípico (extremamente curva, semelhante a um cone).

Qual a causa do Ceratocone?
Ainda é desconhecida. Sabe-se que alguns genes estão diretamente envolvidos no aparecimento do ceratocone. Por isso, é comum em membros de uma mesma família, com evolução que pode ser distinta. Fatores externos atuam acelerando a progressão, como traumas repetitivos durante o hábito de coçar os olhos cronicamente.

Que idade aparece o Ceratocone?
Começa geralmente na adolescência, a partir dos 13 anos e apresenta seu pico de evolução entre os 15 e 25 anos. Existem casos de aparecimento e evolução precoces (antes dos 15 anos) e tardios (após os 30 anos).

Como diagnosticar o Ceratocone?
A suspeita começa quando tem baixa visão e aumento progressivo do grau ou baixa de visão mesmo com óculos. O diagnóstico é feito por meio do exame oftalmológico e confirmado pela Topografia Corneana Computadorizada ou Fotoceratoscopia (estudo topográfico da superfície da córnea com informações quantitativas e qualitativas por gráfico numérico e de cores). Mede com extrema precisão a curvatura, espessura e grau de irregularidade. Estes aparelhos específicos detectam as formas iniciais, quando ainda não apresenta sintomas importantes. Deve ser feita avaliação em familiares dos pacientes portadores, dada sua aumentada incidência familiar para detectar casos iniciais. O diagnóstico precoce melhora o resultado do tratamento. Por isso deve-se realizar consultas oftalmológicas periodicamente.

Como é o tratamento do Ceratocone?

Óculos
Em casos mais brandos, a adoção de óculos melhora a visão.

Lentes de contato
Depois dos óculos, é a primeira opção para recuperação visual. Substituem a superfície irregular da córnea por uma regular, melhorando a visão. Podem ser usadas nos casos iniciais e nos mais graves. A indicação do modelo de lente é feita pelo oftalmologista, de acordo com cada estágio. As lentes devem ser higienizadas a cada uso e o usuário deve voltar ao oftalmologista para reavaliação de sua adaptação. Fique atento, lentes mal adaptadas podem favorecer a progressão do ceratocone e/ou causar perdas de transparência na córnea.

Cross-Linking
A córnea é exposta a uma combinação de radiação ultravioleta (UV-A) e vitamina B2, produzindo um aumento nas ligações entre as fibras de colágeno, fortalecendo toda a sua estrutura. É indicado para pessoas que apresentam boa visão com óculos ou lentes de contato, com o ceratocone não muito avançado mas que tenham apresentado evolução da doença. A função deste tratamento não é reduzir , mas tentar evitar sua evolução.

Anel intracorneal ou cirurgia de ceratocone
Indicado no estágio moderado. Corresponde ao implante cirúrgico de anéis ultrafinos, que funcionam como um esqueleto que remodela e diminui a curvatura da córnea, tornando a superfície mais regular. Os mais utilizados são os Anéis de Ferrara. Trata-se de uma técnica reversível, sem danos à córnea e não refrativa, ou seja, após o procedimento os pacientes continuarão precisando usar óculos ou lentes de contato para melhora da qualidade visual.

Transplante de córnea
Indicado como último recurso, em estágios avançados, substituindo toda (transplante penetrante) ou parte (transplante lamelar ou endotelial) da córnea. Uma minoria dos portadores necessita fazer o transplante. Tem uma recuperação mais lenta e riscos, mas oferece uma importante melhora do quadro, possibilitando melhora da visão com óculos e/ou lentes de contato.

Como evitar complicações do ceratocone?
Assim que diagnosticado, faça um acompanhamento de perto com seu médico. Nos estágios iniciais é fundamental tratar qualquer patologia de pálpebra e conjuntiva associada para eliminar microtraumas na córnea pelo hábito de coçar os olhos.

Ambliopia
(olho preguiçoso)

Ambliopia ou “olho preguiçoso” é uma situação na qual a visão não se desenvolve plenamente em um ou ambos os olhos, embora sua aparência seja normal. Com o passar do tempo, o cérebro ignora as imagens que vem desse olho “fraco”, de tal forma que ele perde a visão. O portador de ambliopia tem dificuldade para perceber distâncias e profundidade, além de correr riscos de cegueira total, caso venha algum dia a perder a visão de seu olho contralateral. A ambliopia pode ser curada se o tratamento (que requer o uso de um tampão sobre o olho sadio, de modo que o olho “preguiçoso” seja estimulado por óculos ou lentes de contato) for realizado antes que a visão tenha atingido a maturidade (por volta dos sete anos de idade). Por isso, mesmo que não apresente aparentemente nenhum problema de visão, a criança deve ser examinada por um oftalmologista a partir de seis meses anualmente.

Teste do olhinho

É um exame simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O fenômeno é semelhante ao observado nas fotografias. Para que este reflexo possa ser visto, é necessário que o eixo óptico esteja livre, isto é, sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz pela pupila. Isso significa que a criança não apresenta nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua visão.

Por que e quando fazer?

O “Teste do Olhinho” pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão.

Desde 2010 tornou-se obrigatória a realização deste exame.

Deve ser realizado pelo pediatra logo após o nascimento. Se isso não ocorrer, o exame deve ser feito na primeira consulta de acompanhamento. Continua sendo importante nas consultas regulares com o oftalmologista a partir de seis meses e anualmente ou ao notar anomalias percebidas em fotografias por exemplo.

Glaucoma

Glaucoma é uma designação genérica a um grupo de doenças oculares distintas que provocam danos ao nervo óptico e perda da visão. O tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto, e os menos comuns são o glaucoma de ângulo fechado e glaucoma de pressão (ou tensão) normal. O primeiro tipo desenvolve-se lentamente e é assintomático durante a maior parte de sua evolução. Com o tempo, entretanto, a visão periférica do indivíduo acometido começa a ficar comprometida e ocorre um estreitamento progressivo do campo visual, evoluindo a visão tubular ou central e, se não houver tratamento, cegueira. Já o glaucoma de ângulo fechado pode cursar de forma crônica ou aguda. A apresentação aguda pode envolver dor ocular intensa, cefaleia, visão turva, halos coloridos, náusea e vômitos. A perda da visão pelo glaucoma, uma vez que tenha ocorrido, é permanente

Estrabismo

Estrabismo é uma patologia oftalmológica que consiste no desalinhamento dos olhos. A maioria dos casos tem início na infância, mas também pode ocorrer durante a vida adulta. Observa-se que pacientes com estrabismo podem ter problemas psicológicos, sociais e econômicos relacionados ao desvio ocular. Mais do que nunca a sociedade dá importância à aparência, influenciando nosso comportamento e auto-estima. Neste contexto a posição dos olhos é fundamental.

Tipos de Estrabismo

Existem vários tipos de estrabismo, como a esotropia ou desvio convergente (desvio dos olhos para dentro), a exotropia ou desvio divergentes (desvio dos olhos para fora) e os desvios verticais (um olho fica mais alto ou mais baixo do que o outro).

Catarata

Catarata é uma opacificação do cristalino do olho, com ou sem diminuição da capacidade visual. Pode afetar um ou ambos os olhos e é frequente desenvolver-se lentamente. Os sintomas podem incluir visão desfocada, diminuição de sensibilidade às cores, halos (fenômeno óptico) à volta das luzes, dificuldade em observar luzes brilhantes e dificuldade em ver durante a noite. Isto poderá afetar a condução, leitura, ou reconhecimento de rostos. A diminuição da capacidade visual pode também aumentar o risco de acidentes e depressão. As cataratas são a causa de metade dos casos de cegueira e de um terços dos casos de incapacidade visual em todo o mundo.

As cataratas são formadas por depósitos de proteínas ou pigmentos amarelados no cristalino, que diminuem a transmissão de luz para a retina na parte de trás do olho. 

Uveíte

A uveíte é doença inflamatória que tem como principais sintomas hiperemia (olho vermelho), fotofobia, dor e visão turva e embaçada. As causas são variadas, e vão desde infecções por micro-organismos a leucemias e linfomas. Uveíte é uma doença inflamatória que pode comprometer totalmente a úvea ou uma de suas partes (íris, corpo ciliar e coroide). Em alguns casos, a inflamação atinge também o nervo óptico e a retina.

A uveíte é classificada em anterior, intermediária e posterior, conforme o segmento ocular em que o distúrbio se manifesta, e pode ocorrer num olho ou nos dois olhos.

Causas

Não se conhece a causa de grande parte das uveítes. Entretanto, quando é possível determiná-la, as mais importantes são:

  • Infecção por vírus, bactérias e fungos;
  • Doenças sistêmicas, como toxoplasmose, inclusive a toxoplasmose congênita, herpes simplescitomegalovírustuberculosesífilis;
  • Moléstias reumatológicas, por exemplo, artrite reumatoidelúpus eritematoso;
  • Corpos estranhos e traumas oculares;
  • Leucemias e linfomas.
Degeneração macular relacionada a idade (DMRI)
Retinopatia diabética

Degeneração macular relacionada a idade (DMRI)

É uma doença ocular degenerativa da mácula – parte central da retina –, responsável pela visão detalhada, leitura próxima e percepção das cores. O problema manifesta-se com a diminuição da visão, geralmente com distorção das linhas na visão de perto e, às vezes, com o aparecimento de manchas.

E como diz o nome da doença, essa degeneração ocorre por conta da idade e costuma aparecer após os 60 anos. É considerada uma das principais causas de cegueira entre as pessoas da terceira idade.

“O surgimento da DMRI está ligado a fatores genéticos e hereditários, mas questões relativas ao metabolismo e ao ambiente também devem ser levadas em conta, como tabagismo, dieta rica em gordura e exposição excessiva à radiação solar”.

A DMRI seca ainda não tem tratamentos disponíveis. Alguns oftalmologistas especialistas em retina, aconselham o uso de vitaminas, controle adequado de possíveis doenças de base e, também, a interrupção do tabagismo em caso de fumantes para desacelerar o progressão da doença, que não tem cura.

Retinopatia diabética

É considerada uma doença ocular vascular que atinge a retina de pacientes diabéticos. “A retina é uma fina membrana do fundo de olho que contém as células nervosas responsáveis por receber os raios luminosos e enviá-los ao cérebro através do nervo óptico”. Ou seja, é por meio da retina que as imagens são formadas.

Geralmente, a retinopatia diabética se manifesta por diminuição da visão de forma progressiva ou subitamente. Quando o nível de glicose do diabético fica elevado por muito tempo, acaba causando uma lesão nos vasos sanguíneos da retina, o que leva ao extravasamento de plasma e sangue para o interior da membrana e eventualmente do globo ocular.

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